WALTER CABRAL DE MOURA
( Pernambuco – Brasil )
Poeta, reside desde criança em Recife, Pernambuco.
Nasceu no Rio de Janeiro, em 08 de agosto de 1955.
Membro da UBE-PE.
Possui graduação em Bacharelado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (1982), especialização em Sistemática Zoológica pela Universidade Federal de São Carlos(1982) e especialização em Gestão e Manejo Ambiental em Sistemas Florestais pela Universidade Federal de Lavras(2006). Atualmente é Analista Ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Tem experiência na área de Ecologia, com ênfase em Ecologia Aplicada. Informações coletadas do Lattes em 02/07/2020
Publicou os livros: Brilha, Cosmos (1975) e Livro dos Silêncios (2000)
Lembro bem quando era mais jovem
e usava cabelos compridos como os índios
e sentava no chão, pernas em anel
ao modo de um chefe Touro Sentado.
Abria as veias para que delas
escorresse poesia:
"homem branco, mente branca
pinta de preto o que lhe parece colorido".
Agora, é preciso ser objetivo e prático
e minha vida tem a cara pálida
e fecho meu coração para que dele
não corra sangue
e nada em mim, exceto um olhar triste
lembra um cheyenne ou um xavante.
Texto originalmente publicado em:
https://entrelacosdocoracao.com.br/2009/11/texto-de-walter-cabral-de-moura-1
A Jomard Muniz de Brito
"A modelo negra é mais barato"
por isso é escuro o desejo
no arrefice do jogral Jomard.
Kafkianas baratas d´água
procuram sombras nas pedras.
A modelo negra é mais baraço,
pregão, garrote, pelourinho
(que não é Pelô), antiquário atual.
A escrava que não é Isaura
nos decifra e nos devora.
a modelo negra nega (néga)
égalité, ordem e progresso,
o pacto social e o papo sindical.
(Iluminismos em luz negra,
negativos em câmara escura.)
A modelo modela o modelo
"moro num país tropical"
e demora a senzala habitual.
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Página publicada em maio de 2022
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